Páginas

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Presidente Berlusconi investigado em caso de prostuição de menores na Itália


Silvio Berlusconi primeiro ministro da Itália poderá ser acusado de envolvimento com uma adolescente bailarina num caso de prostituição em sua casa em Milão.

Em comunicado, a equipa de procuradores confirmou ter convocado Berlusconi assim como os seus advogados neste processo em que “Il Cavaliere” é suspeito de ter “interferido de forma inadequada” quando em Maio passado tentou libertar de uma esquadra a rapariga, então com 17 anos, que tinha sido detida em Milão por suspeitas de roubo.

O inquérito, foi avançado por um dos investigadores sob anonimato à agência noticiosa britânica Reuters, segue também alegações de que Berlusconi esteve envolvido em prostituição de menores.

Tais alegações foram prontamente qualificadas como "absurdas e sem fundamento" pela equipa de advogados de Berlusconi. Também em comunicado, os juristas explicaram que as acusações de aliciamento a prostituição já tinham sido negadas por todos os principais envolvidos e testemunhas no caso, avaliando ainda que esta investigação constitui "uma séria interferência na vida privada" do primeiro-ministro.

Este caso veio a público em Outubro, quando a rapariga, Karima El Mahroug, de origem marroquina e que dançava em clubes nocturnos, vendeu a sua história aos jornais. A jovem – conhecida pelo nome artístico “Ruby” – contou que lhe foram pagos sete mil euros depois de ter participado numa das festas, supostamente de forte teor sexual, organizadas pelo primeiro-ministro.

Berlusconi, que foi ele mesmo buscar a rapariga à esquadra, admitiu publicamente conhecê-la, e até ter telefonado à polícia de Milão. Mas nega ter cometido qualquer crime ou agido de forma imprópria. Sustenta que se limitou a prestar ajuda a uma pessoa que precisava de ajuda e que não exerceu qualquer influência nem pressionou os agentes para que Karima fosse libertada.
Mas parece que não foi só esta jovem, segundo o novo documento, de 227 páginas, a brasileira Iris Belardi esteve pelo menos 30 vezes com o primeiro-ministro italiano em 2010. Mas, se acordo com a investigação, já no ano anterior, em Novembro, pouco tempo antes de completar os 18 anos, a jovem estivera duas vezes com Berlusconi. Conclusões a que as autoridades chegaram graças a escutas telefónicas.

Um documento anterior, revelado há 10 dias, era referida a ligação do primeiro-ministro italiano com uma jovem marroquina chamada Karima El Mahroug.

Sílvio Berlusconi tem negado as acusações de envolvimento com menores. A jovem marroquina também já desmentiu qualquer relacionamento sexual com o governante.

Berlusconi, que até o momento não foi condenado de forma definitiva em qualquer das acusações que responde, será processado em 'procedimento imediato', o que implica na existência de evidências suficientes.

Vídeos, fotos, gravações, escutas telefônicas e testemunhos integram a montanha de provas reunida pela promotoria.

"Jamais se montou um processo tão poderoso e sofisticado. Foram analisados mais de 150 mil telefonemas para dar o golpe final em Berlusconi", escreveu a revista Panorama.

Segundo Berlusconi, "os promotores pisaram nas leis diante de objetivos políticos e da grande ressonância midiática, para inverter a vontade popular".

O primeiro-ministro corre o risco de ser condenado a até três anos de prisão por violar o artigo 600 do Código Penal, que paradoxalmente foi introduzido por seu governo para combater a prostituição infantil.

Também pode ser condenado por abuso de poder, com pena prevista de seis a doze anos de prisão.

Fonte: Publico.pt e dn.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário